A vida é mesmo uma coisa uma incompreensível. Quando a gente pensa que está tudo bem, que as coisas vão voltar ao normal, é como se só você estivesse mal, e tudo ao seu redor estivesse bem. e numa hora dessas dá vontade de gritar: " Alguém dá pra me ouvir? Dá pra ficar triste comigo?"
Mas enfim, ela estava diferente, estava aflita, inquieta, sua voz tremia. Caminhava aqui, ali. sorria um sorriso entre parênteses, meio forçado; tentava se enturmar, desistia, falava com as pessoas quando a chamava, era quase sempre ignorante, nervosa, seu jeito de caminhar era diferente, andava com o celular na mão e as feições e seu olhar aflito. E foi assim que descobri que algo estava acontecendo e ela não estava bem. O seu olhar.
E o que é pior nisso tudo, eu ainda não sei. Seria a perda ou o arrependimento? O medo de errar ou o medo de estar errando?
As pessoas enchiam a sua cabeça de interrogações, afirmações, que ela ia superar, que é sempre assim mas que as coisas acontecem. Antes de julgá-la ou dizer qualquer coisa como os outros, eu quis conversar, quis ouvi-lá.
Não sei se piorou a situação ao me encontrar frágil, de coração partido, se cortando as poucos com as coisas que ela me disse, mas eu me desfiz com uma das frases que ela disse, onde explicava tudo: Eu amo alguém! DROGA DE AMOR!
É, o amor seria a explicação para tudo aquilo que estava lhe perturbando? A parte mais difícil foi ouvir cada palavra. Mas continuei calada, e ela não se cansava de dizer...

"Eu amo um alguém. Amo com tanta intensidade que não sei me explicar. Muitas pessoas me disseram para seguir em frente e parar de dizer o nome dele a cada dez palavras, mas não é uma coisa simples. Ainda sinto o seu corpo quente sobre o meu antes de dormir. Tenho muitos sonhos com ele, sempre ouço sua voz e sinto seu perfume no meu próprio corpo, algumas vezes viro a esquina e vejo alguém parecido, volto para confirmar. Conversei com uma pessoa que me ama, mas apesar de todos disserem que essa pessoa é a certa para mim, não a quero. Vou deixá-la ir para bem longe, é o correto, antes que a droga do amor a atinge e não quero que ela sofra.
Os sábados se tornaram vazios acompanhados de chá e livros, depois disso vem sempre a noite que me derruba e me machuca, trazendo suas malditas caixas de lembranças, as cartas sempre em cima do retrato, estão sempre molhadas. As coisas e os presentes sempre em volta. A pior parte de sentir isso não é ficar com esse aperto no peito, é saber que a pessoa que você ama está longe, seguindo a vida dela e sendo feliz e mesmo que eu falasse isso tudo ou escrevesse em minha pele, ela diria que sou mentirosa, que estou fingindo tudo.
Não quero o mal, sei que falei coisas ruins,pois estou magoada por não ser amada devidamente, mas desejo o melhor, pois eu o amo e um dia quero vê-lo bem e feliz. A minha felicidade? Ela voltará quando o sol nascer lá no horizonte e quando eu conseguir me fazer feliz, eu sei que será a hora de vê-lo de novo, pois estarei preparada para me despedir de verdade. Alias o amor não tem despedidas, porque ele é para sempre. Pelo menos em mim. E toda essa dor vai embora quando eu descubro que foi real em algum momento."





One Response so far.

Leave a Reply